segunda-feira, 19 de outubro de 2015

sábado, 11 de fevereiro de 2012

PEQUENAS MORTES NÃO "MATA" NINGUÉM

..algo dela impregna minha cama, delírios sem nome, apenas sabor e uma sensação que não sai de mim. Mesmo tendo ela deitada ao meu lado, ainda sinto no peito o fugaz suspiro eterno, cadáver que sente eternamente o ar derradeiro.
Algo dela impregna meus temores, meu delírio tem nome e sobrenome, desejos intensos, pai, mãe e avós, beija minha boca, sorri quando goza e goza quando eu morro.

(Pequenas mortes não mata ninguém)!

Deitada ao meu lado ela me conduz com um toque, aceito a proposta e com um beijo engulo seu sorriso. Seremos um novamente, estamos inteiros para nos dividir, inteiros para nos completar e transbordar...
Permaneço de olhos fechados e reaprendo meu corpo, ela beija meu pescoço de leve, ela beija meu pescoço de leve e arranha com força minha coxa, ela leve beija meu pescoço, ela força minha coxa arranha.
No meu peito agora seus lábios me perdem, seus cabelos sufocam meu rosto, permaneço de olhos fechados reinvento meu tesão.
Ela beija de leve e ela arranha com força , duas sensações opostas quando postas num mesmo lugar se confundem !
...(Ela chupa meu pau com força e arranha de leve minha virilha)....
Permaneço de olhos fechados e reconheço seus gemidos, as sereias além mar devem conhecer essa canção, o sexo tem os seus mistérios e é perigoso.
Reconheço seus gemidos e meu corpo lentamente desaparece, permaneço de olhos fechados a escuridão é preenchida por sua voz Indo e Sumindo. iiiindo e ssssumindo. indo-sumindo, até que sua vozgemido cessa. Meu corpo subitamente desaparece......................

Meu corpo violentamente rompe a barreira do sumir num gozo desesperado de existir.
Existo...reexisto entre convulsões e finalmente abro os olhos e me encontro nela, que agora sorrindo engole o antes era invisível.

O sexo tem os seus mistérios, morro de olhos abertos.

(Pequenas mortes não mata ninguém).



domingo, 10 de abril de 2011

PROVA


Finalmente estava diante das cinco mil escadas que o levaria para as planícies de Saturno. Chorou de emoção sem dar muita conta disso. Deu o primeiro passo e subiu o primeiro degrau, lembrou sutilmente do primeiro arrependimento e logo em seguida sentiu intensamente o gosto do primeiro beijo.
Cinco mil escadas de cinco mil degraus, vinte e cinco mil passos, uma dor e uma alegria, cinquenta mil sensações, e apenas um destino.

estava escrito no seu mapa natal: * Os caminhos para Saturno nunca são fáceis *

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Quadro: " Barreas Melodicas" - Xul Solar, 1938

terça-feira, 22 de junho de 2010

O VENDEDOR

Recentemente consegui um emprego numa loja de sapatos, um emprego temporário...
Sempre achei que a vida nos conduz por caminhos estranhos e confio na máxima de que nada é por acaso, mas como medir a dimensão disto?
Desde que comecei a trabalhar nesta loja, ou melhor desde que comecei a trabalhar com sapatos, minha vida sofreu uma mudança. Talvez seja óbvio que assumir novas funções e novos ambientes sempre gera mudanças, mas neste caso o que mudou está muito além de mudanças casuais, tudo mudou em apenas um dia, tudo mudou em par de sapatos.
Na terceira semana de trabalho, eu já estava bem habituado a rotina da loja, atendia os clientes e efetuava vendas com compêntecia, até que numa Quinta-feira aconteceu tudo !
Como qualquer dia importante, este começou sem grandes emoções ou novidades, sai no mesmo horário, peguei o mesmo ónibus com o mesmo motorista e o mesmo cobrador, cheguei ao shopping, cumprimentei os seguranças, cheguei na loja, vesti meu uniforme, ajeitei algumas prateleiras e assumi meu posto em frente as vitrines.
Faltando 1 hora para o meu horário de almoço, entrou na loja uma moça aparentemente comum, confesso que a primeira vista não reparei muito na sua beleza.
Ela foi muito serena e com educação disse que estava procurando um sapato para uma ocasião especial. Depois de dar uma olhada nas vitrines e prateleiras, ela pediu o modelo de seu agrado. (Pediu o numero 36).
Fui ao estoque e peguei o sapato, e quando conduzi a moça para a área onde se prova os calçados, percebi que todos os outros vendedores tinham saído para almoçar e me vi completamente a sós com a tal moça, além de nós dois só estava na loja a menina do caixa, mas ela ficava em outro ambiente e não era possível nos ver.
A moça sentou em dos bancos e me ajoelhei para calça-la, ela tirou a sandália oferecendo o seu pé apoiando-o em meu joelho, estranhei essa atitude, levantei a cabeça e olhei com espanto pra ela, que sem perder a serenidade sorriu.
Sereno sorriso numa boca fina com um batom vermelho, e na caixa de sapatos uma sandália de gala vermelha.
Depois que abri a caixa algo passou a me afetar intensamente, fosse o pé nu em minha coxa, fosse o vermelho da boca e da sandália...tudo isso uma bela composição do acaso.
Quando toquei o pé dela, deixei bem evidente o movimento dos meus dedos, deixei a sola do pé dela repousado na palma da minha mão, devagar e com segurança deslizei a minha mão numa espiral até seu tornozelo. O suspiro que rompeu a casca da serenidade, e o arrepio ao calçar a sandália, provocaram uma reação violenta de excitação no meu corpo.
Com a mesma lentidão e segurança que eu havia impresso no meu toque, a sandália vermelha foi conduzida da minha coxa até meu sexo, fechei os olhos sem que a imagem da sandália e do sorriso fossem apagados da minha visão. Enquanto ela com movimentos circulares pressionava meu desespero em tesão, eu apertava sua perna na tentativa de dar vazão ao tesão desesperado que tomava meu corpo.
Ficamos assim por muito pouco tempo, pois chegaram do almoço os outros vendedores.
Mais uma vez com serenidade ela sorriu, pagou a sandália e foi embora...
Parece bobagem ou muito pouco para eu dizer que essa experiência mudou tanto minha vida. Mas pouco depois desse episódio numa Quarta-feira fui mandado embora da loja, demitido por justa causa.

Havia esperma em todas as sandálias vermelhas, e uma maldita câmera no estoque.

domingo, 31 de janeiro de 2010

A HORA DA ESTRELA


Existem quatro pontos de vista para algo que recentemente aconteceu comigo...


  1. Posso contar o fato pelo MEU ponto de vista.

  2. Posso contar do ponto de vista DELA.

  3. Posso contar do NOSSO ponto de vista.

  4. E posso contar pelo ponto de vista das ESTRELAS.

...como eu não sou dado a psicólogo e nem tenho por intenção fazer deste blog um diário de confidências pessoais, optarei pelo ponto de vista mais abstrato, pela primeira vez contarei uma situação vista pelo ponto de vista das ESTRELAS...

Logo direi que essas não são estrelas comuns, são estrelas de gesso, estrela enfeite, mas bem que poderiam ser qualquer estrela, o fato é que essas estrelas estavam muito mais proximas de mim do que o proprio Sol. E iluminaram minha noite como uma estrela natural.

Essas estrelas são testemunhas de muitas coisas e certamente o que elas tem velado são pequenas estórias que nunca teremos como ler ou projetar nos cinemas.

E por mais esforço criativo e mental que eu desprenda, vou chegar apenas na superficie dos fatos, me limitarei a pequenos atos. (Vistos pelo ponto de vista das estrelas)


ESTRELAS:


"Mais uma vez me ligaram e como é doce o sabor da curiosidade, mesmo sendo minha função revelar o que a escuridão guarda, ainda sinto ansiedade diante do novo. E dessa vez parece que teremos uma noite muito interessante a julgar pela personalidade desses que minha timida luz contorna.

Hummmm vinhos....sorrisos....sensualidade....Bananeira ?????????

(Ok estou exposta ao inexperado, já deveria ter me acostumado).

Vamos lá mais uma vez.

Ahhhh...banheira...beijos...confidências...cama....eles estão me olhando?????

Me olhando e só !

...

Só me olhando !

Estou sem jeito e tenho a lua como sorriso.


Eles me apagam e estranhamente pela primeira vez vejo o que antes só aos outros era possivel ver, vejo neles estrelas...

É a luz que revela o que antes o peso do Tudo tinha coberto.

Pela ultima vez eles me olham, nos olhamos e juntos silenciosamente dizemos...


" A MELHOR NOITE DA MINHA VIDA!!! "


....


Mais um vez me ligaram e como é doce."


8

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

DIFERENÇAS

...quando Perez chegou na cidade, a curiosidade das pessoas fez com suas mãos inchassem. Cresceram tanto que nem homem, nem mulher era capaz de colher uma flor sem que não derrubasse a árvore.
Perez chegou na cidade calmo e conformado, e não me cabe dizer o que foi fazer naquele lugar.
O que possso dizer é que daquele dia em diante o toque nunca mais foi sutil, o cumprimento leve ou o abraço singelo.
Porém entre esbarros e tapas todos ainda querem saber qual é o segredo de Perez e sua mão infantil.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O PASSEIO

Das grandes histórias que escuto, ouso somente o delírio do passado. Ser velho não é uma opção. A percepção da morte a beira da compreensão da vida faz de mim um sábio frustrado, personagem sem direito a glamour.
Veja só ! Não faz muitos dias recebi uma visita do meu neto, um rapagão, homem formado... Não sei bem a idade dele - beira os 35 anos -, é casado e sua esposa está grávida, logo serei bisavó, - não que isso signifique alguma coisa -, mas a informação vale.
Logo o enfermeiro me conduziu a porta da sala de visitas, meu neto se levantou e pegou uma cadeira de rodas, disse que me levaria para dar uma volta no jardim. Fazer um passeio.
Como eu disse ser velho não é uma opção, como também não tive opção de rejeitar “o passeio”. Alias pensar sobre ter ou não opção sempre foi uma constante em minha vida. Pra começar meu nascimento fez meu pai optar em vir para a capital com minha mãe e meus irmãos. Eu sou o quinto filho, e meu pai não teve como recusar uma oferta de emprego na fabrica de sapatos do velho Italiano, oferta esta que meu pai estava protelando em aceitar e com o meu nascimento ele não teve opção, afinal a família estava grande demais para ele sustentar somente com o trabalho na roça.
A fábrica do Italiano ainda existe. Inclusive meu neto estava calçando um sapato da marca do velho. Provavelmente meu neto não teve melhor opção de calçado. Não que ele seja pobre, na verdade ele é influenciável...
E quem diria ?! A marca do Italiano está na moda!
E moda para pessoas como o meu neto é um ótimo atalho para se tomar uma decisão.
“Uso este ou aquele?”
“Já sei! Aquele, pois este está fora de moda”
Se velhice estivesse na moda, ai sim poderia dizer que ser velho é uma opção. Mas não é! Por isso estou nesse asilo, por isso estou conversando com o senhor, por isso tive que dar um passeio no jardim com o meu neto.
Com meu neto, com as grandes histórias e com os delírios...Outros delírios !